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Seminário Institucional traz secretário de Educação Superior do Ministério da Educação

Evento reuniu professores e
gestores, além de reitores de diversas universidades

Nos dia 13
e 14 de julho a Univates realizou mais uma edição do seu Seminário
Institucional – uma programação voltada a discutir o papel da universidade,
promover a formação continuada e integrar docentes e dirigentes da Instituição.
Além de professores da Univates, o evento também teve a participação de reitores do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), que
acompanharam a palestra sobre as práticas administrativas e sociais da
Uniminuto (Colômbia).

“Este
momento foi excelente. Tivemos uma visão ampla do contexto social colombiano e
vemos que o projeto da Uniminuto é focado quase absolutamente na ascensão
social, o que gera mais avanços e novas alternativas econômicas por meio da
inovação tecnológica. O nosso desafio está justamente em criarmos novas
condições para além da ascensão econômica”, refletiu o reitor da Univali, Mário
César dos Santos.

“Percebemos claramente o envolvimento social e a intenção
com o desenvolvimento voltado à responsabilidade social na missão da Uniminuto.
Nossa realidade social e econômica se distancia da colombiana, especialmente
pelos episódios de conflito na história colombiana nos últimos dez anos e pela disparidade
social muito evidente “, finalizou ele.

Para o reitor da Unilassale e presidente da Associação
Nacional da Educação Católica, Ir. Paulo Fossatti, a Uniminuto tem estratégias
fundamentais para o desenvolvimento da instituição. “A missão, a visão e os
princípios da Uniminuto ficam muito claros por meio das ações realizadas. Além
disso, eles têm um modelo de financiamento estudantil para ingresso e
permanência no Ensino Superior em parceria com cooperativas”, explicou ele,
considerando este o ponto-chave para uma oportunidade para as instituições
brasileiras.

Fossatti elogiou ainda a relação entre universidade,
governo, sociedade, cooperativas e Igreja. “Isso garante a perenidade da
Uniminuto nesses diversos âmbitos”, analisou ele. “Também merece destaque a
formação baseada no tripé profissional, humano e de responsabilidade social, o
que ajuda nos níveis de empregabilidade e tem ótima aceitação pelo mercado
enquanto profissionais diferenciados”, finalizou ele.

Representando o Comung, a reitora da Unisc, Carmen Lúcia
de Lima Helfer, e o reitor da Universidade de Passo Fundo (UPF), José Carlos
Carles de Souza, ficaram impactados com a explanação do reitor da Uniminuto.
“Já tive a oportunidade de conhecer a instituição colombiana e fiquei
impressionada com a política de educação superior e as estratégias de
desenvolvimento social. Nas instituições que fazem parte do Comung, essas
práticas são realizadas por meio dos projetos de extensão”, analisou Carmen.

Para Souza, foi possível ver pela explanação o trabalho
de cunho social tão relevante para a comunidade colombiana. “O próprio nome da palestra
de hoje “Cambiando vidas” deixa isso explícito, com a ideia de como a educação pode mudar vidas
para o desenvolvimento, mas considerando a ideia de uma transformação
interior”, disse ele.

No segundo dia de atividades do Seminário
Institucional da Univates, evento voltado a docentes e gestores da Instituição,
Paulo Monteiro Vieira Braga Barone, membro do Conselho Nacional de Educação
(CNE) e recém-nomeado secretário de Educação Superior do Ministério da Educação
(Sesu/MEC), palestrou sobre inovação no ensino superior.

No início de sua fala, Barone destacou a
importância das comunitárias estarem em diálogo permanente com o MEC. “É
importante que as políticas públicas não se sobreponham às políticas já
desenvolvidas pela sociedade. Por isso, vamos discutir com as universidades
comunitárias, municipais, estaduais e federais a expansão das políticas para o
ensino superior no Brasil. O diálogo e a interlocução permanente com as
instituições serão a base da Secretaria”, pontua o secretário. Para ele, as
comunitárias têm desempenhado um papel importante para as comunidades
regionais, promovendo desenvolvimento econômico, social e cultural e atendendo
a demandas locais que o esforço federal não consegue atender. “Em um país como
o Brasil, a educação faz parte de um quadro de desigualdade, o que não nos
permite desenvolver um padrão de qualidade necessário para melhoria social.
Temos que distribuir para todos com qualidade aquilo que conseguimos oferecer
para poucos. A educação superior no Brasil é insatisfatória tanto na quantidade
quanto na qualidade de cursos. Precisamos em conjunto melhorar as ofertas de
formação”, defende Barone.

Para ele, um país com baixa escolaridade compromete
o desenvolvimento de toda a sociedade. “No Brasil, a população adulta com
formação superior é muito baixa, mais baixa que parceiros internacionais
importantes do país, inclusive países vizinhos”, analisa. Para Barone,
programas como o Prouni e o Fies foram e são importantes mas não resolvem o
grande problema de acesso à educação. “Muitas questões precisam ser
enfrentadas: a fonte dos recursos, a distribuição e responsabilidades, tudo
isso deve entrar em pauta na discussão dos programas, para atender a diferentes
e importantes áreas de formação e segmentos. São elementos que estão sendo
considerados no redesenho de uma nova política para o Fies”, explica o
secretário.

Outro aspecto abordado foi a questão da avaliação.
“A avaliação na pós-graduação tem uma história de 40 anos, na graduação estamos
com quase 30 anos de caminhada. Hoje o MEC avalia cursos, diplomados e
instituições. Esse sistema é grandioso: já tivemos em nosso banco mais de 11
mil avaliadores. Temos um sistema de grande porte, com uma operação complexa
que, no entanto, tem muitas limitações”, analisa Barone. Para o secretário, o sistema
não recompensa universidades de alto padrão, não criando diferenciais para as
instituições que se destacam pela qualidade. “Reconhecemos que o sistema de
avaliação hoje é reducionista, não respeitando a singularidade de cada
instituição e funcionando, muitas vezes, como um freio de mão. Isso está sendo
visto e analisado no Ministério. A avaliação não deveria ser um limitador para
a inovação”, finaliza.


Comunitárias participam do evento

A mesa oficial do evento deu visibilidade à
pluralidade do ensino comunitário no país. Além do reitor da Univates,
professor Ney José Lazzari, que presidiu o Consórcio das Universidades
Comunitárias Gaúchas (Comung) de 2008 a 2015, estiveram presentes a segunda
vice-presidente do Comung, Carmen Lucia de Lima Helfer, reitora da Unisc,
representando a entidade; o vice-presidente da Associação Brasileira das
Universidades Comunitárias (Abruc) e reitor da Universidade do Vale do Itajaí
(Univali), Mário Cesar dos Santos; o presidente da Associação Nacional de
Educação Católica do Brasil (Anec) e reitor da Unilasalle, irmão Paulo Fossati;
e o presidente da Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social
(Fuvates) e vice-reitor da Univates, professor Carlos Cyrne.

Integrado por 15 instituições de ensino, o Comung é
o maior sistema de educação superior em atuação no Rio Grande do Sul. As
instituições que formam o Comung representam uma verdadeira rede de educação,
ciência e tecnologia que abrange quase todos os municípios do Estado. O
Consórcio atende a mais de 50% dos universitários gaúchos, oferecendo 1.489
cursos de graduação e de pós-graduação. São 202 mil alunos, atendidos por mais
de 9 mil professores e de 11 mil funcionários.



Fazem parte do Comung: Feevale, IPA, Pucrs, UCPel,
UCS, Unicruz, Unifra, Unijuí, Unisc, Unisinos, Unilasalle, Univates, UPF,
Urcamp e URI.



Texto: Elise Bozzetto

Fotos: Elise Bozzetto

Da esquerda para a direita: Paulo Fossati, Carlos
Cyrne, Ney Lazzari, Paulo Barone,  Mário Cesar dos Santos e Carmem
Helfer